O tema da gestão legal está em alta, num momento que Advocacia brasileira enfrenta uma crise econômica que afeta os seus negócios e a concorrência beira as raias do absurdo.
Muitos escritórios de pequeno e médio porte começam a cogitar a contratação de gestores jurídicos para cuidar dos aspectos corporativos que envolvem o trabalho de uma banca de Advogados.
Mas, o que faz um gestor jurídico? Será que os escritórios de pequeno porte têm condições de contratar um profissional que assuma a função de gestor jurídico?
Vamos, primeiro, entender o que é um gestor
Gestor é a pessoa responsável pelo trabalho de planejamento, orientação, acompanhamento, controle e análise das atividades de uma organização.
Em outras palavras, o gestor faz o seguinte:
coordena o processo de planejamento das estratégias da organização;
orienta a equipe sobre como os planos devem ser executados;
acompanha a execução dos planos;
propõe medidas corretivas e de controle quando as coisas começam a sair do rumo programado;
analisa os resultados obtidos, gerando dados confiáveis para tomada de decisões;
revisa planos e propõe mudanças nas atividades.
Note que eu não falei em nenhum momento que o gestor executa alguma atividade.
A sua função é estratégica, não de execução.
Infelizmente, já vi muito escritório contratar um gestor para assumir rotinas e atividades do escritório, tais como atendimento ao cliente, acompanhamento de processos, arquivamento, serviço de fórum.
O problema é que esse gestor não terá tempo para pensar e agir estrategicamente, e o escritório perderá a oportunidade de aproveitar a expertise do profissional contratado.
Mas, isso funciona para escritórios pequenos?
Para a realidade de escritórios de pequeno porte ou de advogados liberais, a figura do gestor parece ser um excesso de funções que não se justifica.
O custo da contratação aumenta significativamente nas despesas do escritório.
Um bom gestor pode sair mais caro do que um bom Advogado.
Mas, isso não significa que, em alguma medida, a gestão não caiba aos “pequenos”.
Se os profissionais saírem da zona de conforto, abandonando a postura de executores e assumindo um comportamento mais estratégico, é possível imaginar gestão até mesmo para quem trabalha sozinho.
Abandonar a zona de conforto significa, entre outras coisas, aprender a ser mais produtivo, fazer gestão mais inteligente do tempo e, principalmente, aprender como fazer gestão.
Numa realidade menos complexa, um pouco de gestão financeira, de marketing e de processos, por exemplo, faria muito bem ao escritório de pequeno porte.
Vamos pensar um exemplo prático?
Imagine a realidade de um pequeno escritório, com 3 advogados, um estagiário e uma secretária.
Um dos advogados poderia assumir a figura de gestor de marketing jurídico, se responsabilizando pela manutenção do site e a produção de conteúdo para o Blog, criando os planos estratégicos para promoção do conteúdo na Internet e pela interação com a audiência gerada, fazendo campanhas no Google Adwords, etc.
Outro pode fazer a gestão financeira, estudando o básico de finanças para criar planos de controle, escolhendo as melhores ferramentas, acompanhando o fluxo de caixa, antecipando contingências, gerando relatórios para comunicar a saúde financeira do escritório aos colegas, etc.
E, finalmente, o terceiro poderia cuidar da gestão jurídica propriamente dita, ou seja, criar estratégias processuais e acompanhar as rotinas ligadas às causas e ao atendimento dos clientes.
Não é algo de outro mundo, tendo em vista que o menor volume de clientes torna a gestão proporcionalmente menos complexa.
O que não dá é continuar fazendo mais do mesmo.
Mesmo porque, quem faz a mesma coisa sempre, tem que se satisfazer com os resultados que sempre obteve!
Leia também o artigo “Devo contratar um gestor para meu escritório?”, clicando aqui.
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